Oi, pessoal! Hoje o papo é reto e de coração aberto, como sempre. Vou falar sobre a maratona da vida real. Sabem aquela sensação de querer dar o seu melhor, mas a vida te dá uma rasteira atrás da outra? Pois é, essa sou eu tentando correr minha primeira maratona.
Já é a segunda vez que lesões me tiram do jogo. Começou com um tênis “milagroso” que detonou minha banda iliotibial, depois um tornozelo torcido e, pra fechar com chave de ouro, uma tendinite patelar que me deixou de molho. Cada pausa forçada um combo de perda de massa magra, ansiedade, comilança desenfreada e noites em claro.
A mente dizia “aguenta firme” e nas primeiras rasteiras aguentei firme, mas agora. Depois de tantas paradas a mente começou a gritar por socorro. É confesso, esses dois anos cancelando minhas provas alvo mexeram muito comigo. As lesões foram minando minha autoestima, me fazendo questionar minha capacidade de superar os desafios. A frustração de não conseguir correr sem sentir dor me acompanha como uma sombra.
Viajei para Portugal visitar minha filha e pensei: “Vou treinar lá, sem distrações!”
Ilusão minha! Em julho, troquei a umidade carioca de quase 100% por um calorão europeu seco e sufocante, com dias de 25% de umidade. O sol castigava minha pele, as narinas secas e a sede eram implacáveis. Meu corpo acostumado ao clima úmido, simplesmente não rendia. 10km correndo se arrastavam e passava o resto do dia completamente destruída, com uma dor de cabeça monstruosa.
Tentei ser forte, me adaptar, mas meu corpo não colaborou. No fim, as férias e o tempo com minha filha falaram mais alto. Troquei a planilha por corridinhas turísticas, abracei o descanso e os dias ao lado de minha filha.
Final de agosto voltei pro “inverno carioca” e, surpresa! Fiquei doente por duas semanas. Gripe, rinite, tosse… um pacote completo. E pra coroar essa saga, a Maratona de Porto Alegre não aconteceu pra mim.
Triste? Sim. Poderia ter me esforçado mais? Com certeza. Mas a vida real é assim, cheia de imprevistos. E no fim, tenho minhas prioridades e fraquezas.
E a maratona? Só a maratona da vida real.
Quem me conhece sabe: Correr 42km nunca foi um sonho meu. Mas foi um presente. Um desafio que abracei, mas ainda não sei se é algo que desejo tanto assim. Mesmo treinando há 9 anos, não tenho a disciplina que os treinos para maratona exigem. Percebi que não tive maturidade para dizer não quando era preciso.
Se me chamassem para uma prova de 21km, respondia: “Tô dentro!” e pensava: “Vai ser um treino de luxo”, mas na minha planilha tinha apenas 12km para fazer naquele domingo.
É muito importante que as escolhas das provas ou desafios respeitem ciclos de treinamento e períodos de recuperação, dando ao corpo a oportunidade de estar apto para um novo bloco de treinos.
Hoje, após meses paradas pensando que o esporte não era feito pra mim, as palavras do meu treinador começam a fazer sentido.
“Não somos uma máquina movida a energia elétrica ou a gasolina e necessitamos de tempo de recuperação, preparação, assimilação e ganho das variáveis fisiológicas inerentes ao corpo humano.
Muitas vezes nossas percepções do corpo, após provas ou treinos extenuantes, nem sempre dão sinais imediatos de cansaço ou falência. De forma silenciosa vão sugando nossas energia e saúde e somente marcadores fisiológicos são capazes de identifica-los.
Os treinos devem ser conscientes e os desafios devidamente programados.”
Meu treinador Walter Tuche
Recomeçar
Essa palavra que carrega o peso da frustração, mas também a leveza da esperança. Olho para trás e vejo os meses parados, a maratona que não foi, a lesão que me quebrou. Mas olho para frente e vejo a beleza do esporte me chamando de volta, e a força do meu marido e amigos me impulsionando❤️
É difícil, sim. Fisicamente e mentalmente. Uma montanha-russa de emoções. Mas como disse Nietzsche, “o que não nos mata, nos torna mais fortes”. E é do improvável, da força que surge quando achamos que não temos mais nada, que a vida floresce de novo. 💪
Hoje, às 3h da manhã, a estrada me esperava. Um recomeço. Uma nova chance. E no fundo, essa loucura toda faz sentido. 🚴♀️
Então é isso, pessoal! Transferi POA para 2025, mas não quero pensar nela agora. Volto a treinar, sem uma prova alvo. Sem queimar etapas, me cuidando e buscando o equilíbrio entre a paixão pela esporte e a vida.
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