O Ironman 70.3 Rio 2024 foi um esculacho da natureza! Esqueçam tudo o que vocês já ouviram sobre o Ironman 70.3 Rio. A edição de 2024 foi uma batalha contra a natureza, um teste de limites que me levou além do que eu imaginava ser capaz.
Em 2023, era apenas uma espectadora, torcendo fervorosamente pelo meu marido e amigos. Mas este ano, a história foi completamente diferente: eu estava pronta e posicionada para a largada em Rolling Start.
Confesso que o “pronta” da frase anterior foi um exagero. A verdade é que me joguei de cabeça nessa aventura, movida mais pela coragem e pela vontade de viver a experiência do que por uma preparação impecável. Lesões me impediram e me desmotivaram de treinar como deveria, mas a energia contagiante da prova, a vibe incrível e a companhia do marido e amigos foram mais fortes do que qualquer insegurança.
Uma prova de Ironman 70.3 é uma competição de triathlon, para profissionais e amadores, que reúne 3 esportes: Natação (1900m), Ciclismo (90km) e Corrida (21km), realizados em sequência no mesmo dia.
Essa prova no Rio de Janeiro acontece anualmente e, em 2023, teve seu percurso alterado para a Zona Sul, com a promessa de paisagens deslumbrantes e um mar mais calmo em Copacabana. Em 2021, muitos atletas abandonaram a prova por causa da natação no Recreio, que naturalmente tem o mar mais agitado.
Mas a natureza nem sempre é previsível, não é mesmo? A edição de 2024 mostrou que mesmo com a mudança para Copacabana, o mar pode pregar peças e transformar a prova em um desafio ainda maior.
Preparem-se para mergulhar comigo nos detalhes dessa prova que foi no mínimo épica! Vou compartilhar cada momento, desde a tensão pré-largada até a euforia de cruzar a linha de chegada. E você, como foi sua batalha contra a natureza no Ironman 70.3 Rio 2024? Teve perrengues na natação? Curtiu o visual do ciclismo? Sentiu a energia da torcida na corrida? Conta tudo nos comentários. Vamos juntos reviver essa experiência inesquecível e celebrar a superação desse desafio.
Ironman 70.3 do Rio de Janeiro 2024 por puro lazer?
O Ironman 70.3 é uma prova que exige treinamento, muito foco, disciplina e renúncia. A renúncia pode parecer para muitos um exagero, mas para o atleta que deseja fazer uma BOA PROVA, a renúncia de boa parte da vida social, acaba existindo. Quando digo BOA PROVA, não me refiro apenas em ser o campeão, mas em superar seus limites, fazer melhor que a versão anterior, sofrer o mínimo possível, terminar inteira ou alcançar o nosso melhor resultado pessoal.
Lesões me impediram de treinar como gostaria, acabei sentindo uma certa desmotivação durante o ciclo de treinamento e por isso decidi encarar o IM 70.3 do Rio por puro lazer e entregar o que fosse possível sem me lesionar. Mesmo sabendo que não estava na minha melhor forma física, a vontade de viver a experiência e curtir a energia contagiante da prova falou mais alto.
E que experiência! Enfrentei um mar revolto, vento no ciclismo e um calor infernal na corrida. Foi punk, confesso. Mas em vez de desistir, redirecionei meu foco para o lado bom: a alegria de estar ali, na companhia de familiares e amigos que me incentivaram em cada quilômetro e a sensação de privilégio por viver aquele momento único.
Acredite em mim, a sensação de cruzar a linha de chegada, mesmo sem ter feito o melhor tempo da vida, é indescritível. É a prova de que somos capazes de ir além, de transformar desafios em diversão e de encontrar alegria e significado em cada passo da nossa jornada.
Para quem está pensando em se aventurar no mundo do Ironman, não deixe o medo do fracasso te impedir. Abrace a oportunidade de treinar, curta o processo e celebre cada conquista, por menor que ela seja.
Afinal, o Ironman não precisa ser apenas sobre superar limites, pode ser também sobre celebrar a vida, a amizade e o prazer de se desafiar.
Ironman 70.3 Rio de Janeiro: Um pouco sobre a organização do evento
Embarcar na aventura do Ironman 70.3 Rio de Janeiro é uma experiência completa, que vai muito além da prova em si. A organização do evento é impecável, pensada nos mínimos detalhes para atender às necessidades e expectativas dos atletas.
Desde os eventos técnicos, que guiam os participantes por cada etapa da prova (e cá entre nós, todo evento esportivo deveria seguir esse exemplo, oferecendo um congresso técnico, mesmo que virtual, para orientar os atletas, especialmente os novatos), à retirada dos kits, que mais parece um festival de novidades esportivas (apesar dos preços salgadinhos!), tudo é planejado para que você se sinta acolhido e preparado para o grande dia. A entrega dos kits, por exemplo, é um show à parte, com sacolas personalizadas para cada etapa da prova, brindes dos patrocinadores e até uma mochila estilosa para carregar seus pertences.
Até a prova em si, que tem uma organização minuciosamente preparada e um staff incrível para te oferecer a melhor experiência da vida em questão de esporte.
Ironman 70.3 Rio 2024: Como Funcionou a Transição
O check-in das bikes foi realizado no dia anterior à prova. Devido à separação das áreas de transição T1 (Forte de Copacabana) e T2 (Marina da Glória), a bike, a sacola azul (itens para o ciclismo) e a sacola vermelha (itens para a corrida) foram deixadas na T1, devidamente etiquetadas. A organização transportou as sacolas vermelhas para a T2 durante a noite.
Como não teríamos mais acesso às sacolas vermelhas, era crucial incluir todos os itens necessários para a corrida.
A organização do evento foi impecável: as bikes foram dispostas em cavaletes numerados ao lado das sacolas azuis. As sacolas vermelhas, contendo os itens essenciais para a corrida, foram levadas para a Marina da Glória e organizadas em cavaletes identificados.
Os atletas poderiam visitar a área de T2 durante a retirada do kit, para memorizar onde ficaria a sacola no momento da transição Pedal x Corrida
Antes da largada, que foi no posto 6 de Copacabana, tivemos acesso às sacolas azuis e às bikes para preparar a suplementação e hidratação da prova
Ironman 70.3 Rio 2024: O que colocar em cada transição?
É pra colocar o que você precisa e pronto. Simples né? Um conselho que vale sempre repetir é: Leve, utilize e faça na prova tudo que você testou nos treinos.
Nada de novo! Não siga a dica que o amiguinho deu na véspera da prova. Pode ser ruim, pode dar diarreia, pode machucar. Então treine e teste nos treinos o que vai fazer na prova, faça treinos de transições que é importante e no caso do nosso grupo ajudou muito.
Na T1: Sacola Azul: Capacete, Sapatilha e uma camisa de ciclismo onde coloquei toda suplementação nos bolsos, junto com o óculos de sol. Tem atleta que “perde” um tempinho extra para colocar meia, luva, óculos e protetor solar para pedalar com mais conforto.
Deixei também uma garrafinha de água para tirar o excesso de areia dos pés e o sal do rosto e da boca.
Na T2, na sacola vermelha, coloquei os itens para corrida, tênis, meia, uma viseira, cinto para prender o número junto com 2 geis, uma bananada e a cápsula de sal.
Sobre a PROVA do Ironman 70.3 Rio 2024
Marido e eu acordamos às 4:30 direto para o banheiro, clássico número 2 antes da prova. Depois cola a tatuagem dos números nos braços ou pernas, buzunta o corpo todo com protetor solar e vaselina. Espera um minutinho, escova os dentes, arruma o cabelo, veste o macaquinho, toma café, pega os trecos, pede o Uber e partiu Largada.
Em Copacabana, encontrei com os amigos da equipe, escutei as orientações do treinador, fizemos aquela fotinha da galera do time, levei os ultimos trecos para bike e os últimos ajustes na T1 e me posicionei na largada. Tudo assim mesmo, sem pensar muito, meio que no automático.
Depois de mentalizar tanto esse momento na última semana, fica tudo automatizado mesmo. Esse é o objetivo.
A Largada e a natação
A largada aconteceu entre o posto 5 e o posto 6 de Copacabana, bem organizada no sistema “Rolling Start”, em que os atletas se alinham de acordo com seu tempo previsto para o percurso de natação e, a cada 5 segundos, largam cerca de 10 atletas. O tempo individual começa a ser contabilizado no momento da largada.
O mar estava lindo a semana inteira, mas amanheceu horrível no domingo, cheio de ondas e com muita correnteza. A temperatura estava boa e permitiram o uso da roupa de borracha, e, lógico, que todos a utilizaram, principalmente como medida de segurança.
Diferentemente do ano passado, em que a galera reclamou que não dava para ver as boias direito, este ano, a organização colocou boias de orientação com mais de 5 metros de altura, tornando-as visíveis mesmo com o mar super agitado e cheio de correnteza.
O mar estava tão punk que foi mega difícil nadar contra a correnteza, e nadar a favor também foi difícil, pois o mar nos empurrava com tanta força que parecia que íamos dar um nó em nós mesmos. Ouvi gente pedindo socorro, staff de jet ski segurando as boias para elas não saírem da posição e a galera disse que bebeu bastante água.
Transição 1
Foi difícil, como no ano passado! A galera teve que correr uns 700m do mar até a T1, onde estavam as bikes, passando por partes com pedras portuguesas, paralelepípedos, escadas e subida.
Após pegar a bike, era preciso descer tudo empurrando-a até o ponto de montagem para iniciar a etapa de ciclismo.
Meu treinador orientou a colocar uma esponja no banco para poder carregar a bike, com o selim preso no ombro, e foi a melhor opção para descer e carregar a bike até o ponto de montagem.
O percurso de ciclismo
A prova de ciclismo foi mais lenta do que eu imaginava, pois enfrentamos um vento muito forte. Foi difícil pedalar na praia de Copacabana, pois o vento vinha de lado e parecia que íamos cair a qualquer momento. Ao ver os comentários dos atletas da elite, mesmo pedalando com médias super altas, eles também frisaram a dificuldade da ventania no pedal.
A galera da torcida que estava na praia disse que o vento trazia areia e batia tão forte nas pernas que chegava a machucar.
O percurso parecia bem confuso olhando o mapa, mas não tinha como errar, foi tudo muito bem planejado e organizado. Foram praticamente 4 voltas passando pelo túnel Marcelo de Alencar, que colocou medo em muitos participantes e adrenalina em outros, pois é como um mergulhão – um descidão seguido de um subidão – Os atletas passaram por ele, indo e vindo, 8 vezes.
Os pontos de hidratação do ciclismo são muito bem estruturados e ficam a cada 15 km. O atleta precisa apenas reduzir um pouco a velocidade e pegar o squeeze branco com água ou o squeeze laranja com isotônico que é oferecido e, caso o atleta precise, há banheiros.
Um detalhe importante: O isotônico da prova, nesta edição, foi o da DUX. Não vou dizer que é ruim, mas como nunca o tinha usado e o usei na prova, tive uma baita dor de barriga. No km 50, já comecei a acumular gases na barriga e sentir fortes dores. Quando comecei a correr, a dor era tanta que quase me tirou da prova.
Ano passado, aconteceu a mesma coisa com meu marido. Nesta edição, ele levou seu próprio isotônico e não teve nenhum problema.
Um conselho: Use o isotônico da prova só se já estiver acostumado com ele; às vezes, ele pode ter sido diluído de forma errada, estando muito concentrado ou simplesmente seu organismo pode não estar adaptado e ter uma reação negativa.
Transição 2
Foi bem rápida, acho que para compensar a T1 que foi bem demorada. O atleta chegava na área de desmonte, deixava a bike na mão do staff e já corria para o varal que estava por ordem numérica, tira sapatilha e o capacete, calça o tênis e pega os trecos e sai correndo.
Quem quisesse podia parar, respirar, usar o banheiro, beber água, bater um papo…
A corrida
A galera rezou tanto para não chover que a natureza mostrou a outra face da moeda, em pleno inverno carioca, o domingo foi de sol escaldante. A sorte é que tinha um ventinho às vezes e muita água gelada.
O percurso foi plano e bem estruturado de 7km no asfalto liso bom. O atleta precisava dar 3 voltas no circuito repleto de torcedores enlouquecidos, gritando e vibrando.
Os pontos de hidratação deveriam ser a cada 2,5km, mas não sei bem o que aconteceu que eles ficaram meio que concentrados todos muito pertinhos um dos outros no meio da prova.
Foram oferecidos água super gelada, GELO, isotônico, banana, redbull, sal, refrigerante e paçoca. Ah! haviam banheiros limpos e com papel higiênico.
Comecei a corrida com muita dor na barriga. Estava cheia de gases e muitas dores abdominais. do km 1 ao km 4 foi corrida lenta intercalando com caminhada e uma pausa no banheiro para ver o que estava acontecendo.
Só urinei, mas a barriga estava inchada. Motivo: Isotônico da DUX, nunca o tinha usado antes da prova.
Quando estava por volta do km 5 parei no posto de hidratação que estava repleto de gelo e enchi minha meu macaquinho de gelo. O cinto porta número travou o gelo na barriga e milagrosamente a dor foi aliviada e pude voltar a correr.
Depois minha coxa começou a doer, e então eu parava nos postos de hidratação e colocava gelo na barriga e na coxa.
Por fim o calor estava tão avassalador que os staffs jogavam eram baldes de água gelada nos atletas.
Para mim a melhor parte da prova é a corrida!
Mesmo sendodesgastante, sinto que cada volta, cada passagem nas tendas, cada interação com os outros corredores e a torcida me fazem amar a etapa da corrida. Temos muito mais interação com todos os participantes da prova, e isso é incrível.
Minha filha estava lá torcendo; todas as vezes que eu passava, escutava: “Vai, mãe!”. Às vezes, não conseguia vê-la no meio de todos, mas sentia a energia dela. Na última volta, ela correu comigo, e foi fantástico.
Meus amigos estavam torcendo, sob o sol escaldante, gritando meu nome. Ao passar por colegas da equipe, surgia aquele sentimento de apoio mútuo, e, ao cruzar com o marido, sempre rolava um gesto de carinho ou um beijo no meio da prova para recarregar a bateria.
A organização faz um percurso contando com a presença maciça dos torcedores, pois entende a importância deles durante toda a prova. Por isso, a etapa da corrida pode ser a mais desgastante, mas, sem dúvida, a melhor.
Fizeram um Guia dos Torcedores. Muito bacana! Deve ter no site do IRONMAN um atualizado. Vou deixar o link do guia 2023 aqui só para vocês verem como a organização desta prova é sensacional.
A chegada é maravilhosa
Sempre é um espetáculo à parte. O pórtico de chegada tem um super tapete gigante personalizado em um corredor repleto de bandeiras, uma beleza natural incrível e muita gente gritando e vibrando. Só digo uma coisa: É emocionante demais cruzar aquele pórtico!
A medalha desta edição estava linda, a camisa finisher branca igualmente linda e toda a estrutura pós-prova, especial.
Logo após cruzar o pórtico, havia uma tenda enorme do departamento médico, e VÁRIOS MÉDICOS estavam recebendo cada atleta de forma individualizada, perguntando como nos estávamos sentindo e se precisávamos de ajuda. Era uma atenção impressionante.
Pontos Negativos
Será que tem? Sempre tem né. Como observadora e atenta a tudo que meus amigos falavam vou citar um.
- Retorno para casa
Como a largada e a chegada eram em locais distantes houve um pequeno contratempo para quem estava sozinho, sem staff da família, sem carro etc. Uma das formas mais indicada era o Metrô na estação Flamengo, táxi, motorista por aplicativo ou pedalando (caso ainda tivesse disposição).
Quem foi de metrô reclamou muito pela estação ser longe e pela dificuldade de chegar lá cheio de bolsas das transições, bicicletas …. Imagine carregar tudo de volta pra casa no metrô? Descer ou subir escadas com bicicleta é um monte de coisas….
Quem tentou táxi ou motorista por aplicativo também teve dificuldades, pois nem todo motorista aceita bicicleta dentro do carro.
Eu voltei de metrô, estava super mal da barriga e sem sombra de dúvidas não foi a melhor experiência.
Considerações finais sobre a Prova Ironman 70.3 Rio 2023
Bom, depois de ter vivenciado essa experiência como torcedora em 2023 e atleta em 2024, sem dúvidas nenhuma, voltarei em 2025. Se minhas condições financeiras permitirem.
Bom! Esse foi o conteúdo que preparei para relatar sobre essa linda prova que já virou minha queridinha e espero que tenha gostado. Se quiserem saber mais sobre provas do Ironman 70.3, cliquem aqui
Se quiserem acompanhar minha rotina de treinos para meu próximo desafio MARATONA DE PORTO ALEGRE, em setembro de 2024, estou colocando tudo aqui no blog.
Se preferir pode me adicionar em sua rede social favorita sou @alineqcorre no facebook e @alineqcorre no instagram, mas nem sempre fui Aline que corre, sou mãe, esposa, trabalhadora e se quiser saber mais como criei hábitos poderosos para sair do sedentarismo e seguir a rotina de uma triatleta, clique aqui.
Então esse foi o conteúdo geral sobre uma prova de ironman 70.3 espero que tenha gostado e se tiver alguma dúvida pode colocar nos COMENTÁRIOS que se eu não souber peço ajuda aos “universitários” e tento te responder.
Espero que goste destes conteúdos e te encontro na próxima semana
Sensacional seu relato! Eu fui a esposa que ficou na torcida! Acho que a preocupação é tanta que me cansei tanto quanto o marido que fez seu segundo Iron 🩷
Oi Juliane! Que Legal, encontrar seu comentario aqui. Ano passado acompanhei meu marido como torcedora também e terminei o dia exausta demais… Valorizo muito a torcida! É fantastico ter pessoas vivendo nossos sonhos juntos com a gente! Espero que seu marido tenha amado o segundo Iron aqui no Rio de Janeiro